Sistema de avaliação de risco de dor crônica pós-operatória

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A cirurgia indolor continua sendo uma utopia.

O desenvolvimento da dor crônica após a cirurgia, também chamada de dor crônica pós-operatória (DCPO), é reconhecida como um verdadeiro problema de saúde pública, com consequências econômicas importantes.

A dor crônica pós-cirúrgica ou pós-traumática é definida como uma dor que se desenvolve ou aumenta após uma cirurgia e persiste além do processo de cicatrização, ou seja, pelo menos 3 meses após a intervenção.

A dor pós-operatória ou pós-traumática, se não tratada, piora a experiência do paciente, compromete a sua reabilitação e o expõe ao uso excessivo de opioides.

Este trauma físico e psicológico pode ser a causa de uma nova doença, reconhecida pela Classificação Internacional de Doenças (CID-11), podendo se tornar permanente, incapacitante e por vezes estigmatizante.

Mais de trezentos milhões de procedimentos cirúrgicos são realizados a cada ano no mundo. Entre eles, quase 60% das pessoas que se submetem à cirurgia sentem dor moderada à grave após a intervenção cirúrgica. Entre 10 a 56% destes pacientes, desenvolverá dor crônica (com duração superior a 3 meses).

Quanto mais intensa a dor pós-operatória, maior será a incidência de dor a longo prazo, se tornando persistente.

A DCPO afeta todas cirurgias e todas as idades da população.

Prevenir a dor crônica pós-operatória é hoje, uma das maiores prioridades de pesquisas cientificas e objetivo do meu trabalho atual.

Vários fatores de risco para desenvolver dor crônica após a cirurgia foram identificados em diferentes estudos, mas sem estratificação do risco.

O desenvolvimento de protocolos padronizados para estratificação de risco, para manejo da dor e para a recuperação após a cirurgia são necessários para otimizar os resultados pós-operatórios, a satisfação do paciente e reduzir os custos com cuidados de saúde.

Apresento a vocês uma solução inovadora: o DORQ.

O DORQ é um sistema para identificação precoce de fatores de risco, permitindo a estratificação de risco do paciente em consulta prévia à cirurgia eletiva.

O DORQ tem um questionário digital que gera automaticamente o cálculo de acordo com as respostas das escalas aprovadas cientificamente. Em seguida, ele cria uma estratificação do risco-paciente, com escalas de cores e com adesivos verde, amarelo ou vermelho que ficarão visíveis no prontuário eletrônico do paciente e na pulseira do paciente durante a internação.

O DORQ vai além.

Ele também oferece um protocolo padronizado com implementação de estratégias de tratamento preventivo, nas três etapas da jornada do paciente: antes, durante e após a cirurgia. Este protocolo de cuidado e prevenção da dor crônica pós-operatória é personalizado para cada paciente de acordo com seu risco estratificado de dor.

O protocolo tem 4 fases:


tratamento pré-operatório


protocolo de anestesia intra-operatório


ajuste do tratamento medicamentoso da dor aguda no pós-operatório imediato


diagnóstico e tratamento precoce da dor crônica pós-operatória


O sistema DORQ permite:

  1. Identificação de fatores de risco preditivos de desenvolvimento de dor crônica pós-operatória,
  2. Protocolo com medidas de prevenção e cuidado pré, intraoperatórias e perioperatórias,
  3. Medidas de triagem para pacientes com risco elevado no pós-operatório imediato,
  4. Programa de monitoramento de pacientes de alto risco,
  5. Manejo terapêutico precoce da DCPO,
  6. Implementação e adaptação para todas as especialidades cirúrgicas,
  7. Redução do número de casos tardios de dor persistente em ambulatório de dor,
  8. Redução do impacto na economia da saúde.

A aplicação web DORQ foi desenvolvida com as mais modernas tecnologias cloud e pode ser instalada na infraestrutura do cliente (hospital ou clínica) ou em qualquer provedor que tenha compliance com o standard HIPAA (Health Insurance Portability and Accountability Act). A HIPAA, ou Lei de Responsabilidade e Portabilidade de Seguros de Saúde, promulgada em 1996 nos Estados Unidos, aborda questões críticas relacionadas à saúde, com foco principal na privacidade e segurança de dados. Estabelece padrões abrangentes para proteger informações confidenciais dos pacientes, promovendo a responsabilização no setor de saúde.

A Google, AWS e Azure tem soluções que permitem hospedar dados de pacientes segundo a HIPAA.

Dra Maria Carolina, especialista em dor
Principais doenças abordadas:

 dores de cabeça

 dor orofacial

 dores pós-cirúrgicas e pós-traumáticas

 dor neuropática (diabetes, pós-quimioterapia, herpes)

Dra Maria Carolina Loureiro
Médica neurocirugiã com vasta e sólida trajetória na medicina no Brasil e na França. Dedica-se ao tratamento da dor crônica.